Bom, esse é o blog que vai garantir minha nota de ação e cidadania. Para quem não sabe é a mais nova matéria introduzida no ensino público. Mais uma matéria onde a escola além de ensinar idéias de intelectuais e acontecimentos históricos, ensina os alunos a como viver. Provavelmente o ministro da educação ou qualquer um que tenha votado para a introdução desta matéria, quer garantir que os adultos do futuro sejam menos egoístas, mais caridosos, roubem menos e doem mais (não querem que sejamos iguais a eles).
Editado: a matéria de "ação e cidadania" foi idealizada por um coordenador local, na verdade a matéria introduzida pelo governo é a de "filosofia".
Como pegamos o tema Trabalho e Cidadania, eu vou começar pela cidadania.
Neste tema nada melhor de se discutir se não suas origens. E não, não estou falando da cidadania grega, romana, ou nada tão recente assim. Para falar a verdade é sobre algo muito mais psicológico do que histórico. Quando se fala em cidadania a primeira palavra que surge relacionada é moral. E pra mim, a palavra que vem pra você quando se fala em moral são pôneis com crinas de arco-íris nas planíces encantadas. Por que eu acho isso? Porque o conceito comum de moral é infantil.
Um exemplo: você acha jogar lixo no chão feio? Só isso? Então você deveria rever seus conceitos (sobre moral, não sobre carro). Você sabe realmente por que não se deve jogar lixo no chão? Porque o lixo pode entupir um boeiro e inundar sua cidade e te matar. O lixo pode contaminar a água, contaminar o solo, contaminar plantações, contaminar seu almoço e te matar. O lixo pode atrair insetos peçonhentos ou sujos, que vão pra sua casa, te picar e te matar. Se esse tipo de coisa não acontecesse, ninguém acharia feio jogar lixo na rua. É isso o que separa da moral e a pseudo moral.
Certa vez eu assisti um filme da
Warner Bros, sobre a preservação dos pinguins. No final do filme, antes dos créditos quotaram algumas frases de pessoas famosas (o que tinha mais cara de
Pérolas do Orkut) e a que mais me marcou foi: "Não quero viver num mundo sem pinguins" do célebre (insira insulto aqui) (insira nome de artista esquecido aqui)
. Esse foi o argumento de preservação ambiental mais absurdo que eu já vi (essa frase, não sei por que me lembra muito a Luísa Mell).
Onde eu quero chegar é que nenhum conceito moral surge sem motivo algum. Mesmo que este motivo não seja mais tão importante nos dias de hoje. Regras que eram úteis em certas sociedades podem influenciar outras, mesmo que estas funcionem de maneira diferente, e mesmo que estas regras até mesmo atrapalhem. Um exemplo simples (acredito que hajam outros melhores) é na religião judia, um bebê ser circuncidado no oitavo dia de nascimento. Isso é religioso, divino, por tanto, como a "moral", incontestável. Esse procedimento evita hemorragias. Considerando a maneira que a vitamina K e protrombina reagem, o melhor dia para realizar a cirurgia é o oitavo. Antigamente a vitamina era desconhecida, e mesmo assim eles sabiam que a cirurgia deveria ser realizada no oitavo dia, e provavelmente alguns nem sabiam que ocorria hemorragia.
A nossa cultura, a nossa moral, a nossa maneira de pensar é determinada por razões políticas, econômicas, ambientais, ao contrário do senso comum cheio de pôneis e flores falantes, que consideram possibilidades que desprendem do material e partem para fundamentalismos.
As mulheres e os negros só ganharam libertação, direito a estudos, mercado de trabalho e voto, por causa das revoluções industriais, todas mascaradas com os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade criados pela burguesia (que coincidentemente é responsável pela indústria).
Já me disseram que este pensamento é machista. Racista. Conformista. Até desumano. Estes adjetivos foram gerados pela própria burguesia, para defender a mão de obra e consumidores que já conquistou.
Dizer que crimes de guerra cometidos pelo Eixo na Segunda Guerra Mundial podem ter sido reforçados ou até forjados, e crimes cometidos pelos aliados acobertados, faz de mim um nazista? Dizer que a igreja tem motivos para manipular a população com mentiras, para proteger seu legado e seu tesouro, faz de mim um anti-cristo? O pior é que há quem pense assim.
Pelo menos, essa é a teoria.
